fevereiro de 2013
Por Eduardo Saggese, Du Saggese © soluções . criativas
Estive em dois momentos
diferentes no mês de fevereiro na cidade e fiz algumas observações,
sem considerar o domínio que
já tenho da cidade e abstraindo quaisquer pré-julgamento de quem já conhece e
frequenta há muito tempo a região.
1 - Acesso:
A viagem partindo do Rio de
Janeiro e tendo a Rodovia Presidente Dutra como trajeto, não é mais a única e
melhor opção. Seis entre dez pessoas ouvidas preferem viajar pela
Rio-Petrópolis com acesso pelo distrito de Araras. E destacam entre as
vantagens: a melhor serra e estado de conservação, um trajeto mais agradável
visualmente, possíveis paradas com melhores lanchonetes e restaurantes e melhor posição em relação
a incidência solar. (na Dutra pega-se sol de leste à oeste)
Quem ainda utiliza a Avenida Presidente Dutra vem trocando o trajeto que era feito pela Linha Vermelha pela Avenida Brasil. Com a implementação de radares e controladores de velocidade, o tempo médio do percurso subiu de 1h,40min para 2hs.
Já é possível visualizar o progresso sendo atingido com o "cebolão" na saída 205 na Av. Presidente Dutra, que promete desafogar o transito desviando diretamente caminhões para o porto de Itaguaí.
Quem ainda utiliza a Avenida Presidente Dutra vem trocando o trajeto que era feito pela Linha Vermelha pela Avenida Brasil. Com a implementação de radares e controladores de velocidade, o tempo médio do percurso subiu de 1h,40min para 2hs.
Já é possível visualizar o progresso sendo atingido com o "cebolão" na saída 205 na Av. Presidente Dutra, que promete desafogar o transito desviando diretamente caminhões para o porto de Itaguaí.
2- A Cidade:
2.1 – Ocupação /habitantes:
Atualmente houve um maior
aumento em numero de moradores e redução de veranistas.
As propriedades desses
moradores ocupam terrenos menores e as dos veranistas áreas maiores e melhor
localizadas.
Muitas casas de uso exclusivo em fins de semana estão à venda, o que sugere a falsa impressão de uma cidade deserta, e outras vem sendo ocupadas por inquilinos em temporadas turísticas.
Muitas casas de uso exclusivo em fins de semana estão à venda, o que sugere a falsa impressão de uma cidade deserta, e outras vem sendo ocupadas por inquilinos em temporadas turísticas.
Devido a proximidade com a
baixada, Miguel Pereira vem se tornando uma opção para quem busca melhor qualidade de vida e melhor clima e quer fugir da
“rotina” de lugares como: Japeri, Queimados, Três Rios, Seropédica e etc.
A falta de industrias e
unidades de ensino (faculdades) afasta os jovens da cidade e atrai pessoas da
3ª idade.
2.2 – Meio Ambiente e Clima:
A cidade presencia uma grande
mudança no micro-clima que se deu à partir dos anos de 1990, com surgimento de
loteamentos e redução da vegetação. A presença do forte calor diurno e
diminuição dos dias muito frios de inverno são perceptíveis.
Atualmente, iniciativas da Prefeitura como a criação da reserva Rocha Negra, a delimitação e reflorestamento da Mata Atlântica (floresta do Tinguá) prometem reverter o quadro de total abandono e descaso com a causa ecológica de gestores anteriores e surgem como esperança para um futuro melhor para a qualidade do ar e ambiental para toda a região da Serra Azul.
2.3 – Urbanismo:
O ponto forte da administração
é a limpeza, tendo o centro da cidade facilitado pelo tamanho e educação dos
habitantes, mas faltam lixeiras para depósito de lixo.
A acessibilidade é razoável,
com rampas para cadeirantes nos cruzamentos afinal a cidade vem recebendo
muitos visitantes e novos moradores da 3ª idade.
O transito é de total respeito
com o pedestre, não precisando ter instalado sequer 1 sinal de transito. A
guarda municipal controla, e coíbe abusos e infrações.
A arquitetura da cidade esta
desgastada, não houve incentivo e adaptação ao estilo comum, que faz referencia
ao período de 1910-1940 (Art Deco) que deveria ser reeditado.
Não existem muitos lugares de
cenários fotográficos na cidade, com exceção do lago Javari que tem beleza
natural.
2.4 – Comercio:
Bastante variado e já da
sinais de uma opção em subsistência local, sem necessidade do morador procurar
outras cidades para adquirir bens materiais.
Existe porem uma prática
monopolista em alguns setores como o de supermercados, cujo a cidade tem apenas
um grande mercado sem outros concorrentes e nesse estabelecimento são
praticados preços bem altos até mesmo quando comparados a redes sofisticadas no
Rio de Janeiro
Na parte de alimentação, ainda
tem muita falta de opções e boa qualidade, não conseguindo atender nem a
população local e/ou visitantes que buscam por paladares e gastronomia mais
apurados.
2.5 – Frequência:
Aconteceram diferentes
momentos de procura por “pouso” na cidade de Miguel Pereira, uma minoria que
chegava do Rio de Janeiro sempre imensa e uma maioria que já mora na cidade bem
discreta. Passou a época do Jogo e seus cassinos, a estação de tratamento para
tuberculosos com a chegada e tratamentos do Dr. Miguel Pereira, a construção do
Clube incentivado pela família Medina até os dias atuais com a concentração de
quem busca a cidade para fugir da agitação do Rio de Janeiro.
3 – Aspectos sociais e econômicos:
Embora ainda não divulgado o
ultimo censo de IBGE de 2010 sabe-se que ouve um decréscimo na contagem da
população miguelense. A cidade enfrenta dificuldades financeiras sérias por
heranças políticas e administrações incopetentes ou de má fé. A prova disso é o
estado de calamidade que atravessa o setor da saúde, tendo seu único hospital
(Fundação) sem condições de um pronto atendimento a polpulação.
3.1 – Atividade econômica:
Miguel Pereira embora tenha um
aspecto rural se destaca tão somente em produtividade no setor de serviços e a
renda local é muito baixa por diversos motivos entre eles: o pouco
desenvolvimento na área de turismo e a descontinuidade da frequência dos
visitantes durante o ano.
4 – Eventos:
O aspecto turístico se reforça
principalmente nos feriados e festas nacionais, como: Reveillon, Carnaval e
semana santa alêm das datas de festividades locais: Festa do Tomate, Festivais
de inverno, Café, Chorinho.
Mesmo com a tendência de se
tornar uma cidade mais receptiva ao turismo doméstico, a cidade ainda pouco
oferece à seus visitantes e não consegue manter a frequência no resto do ano.
Em regra a tranquilidade predomina nos eventos da cidade, porem é costumas se dizer que em
cidades pequenas não coexistam as situações de confusões e falta de segurança
vivenciados em grandes centros urbanos, mas vem acontecendo em todo o Brasil
uma pulverização e banalização dos hábitos e comportamentos sociais, o que pode
afetar também esses pequenos recantos ainda considerados como refúgios. É o que
acontece em Miguel pereira nos Carnavais, onde a euforia muitas vezes atropela
a educação e a tranquilidade.